terça-feira, 17 de julho de 2007

Ás vezes mais vale fazer de conta que não se viu ou não se sabe. Esta mania que eu tenho de opinar sobre tudo, põe-me em maus lençois... Ainda por cima não sou muito boa com os segredos, esqueço-me que são segredos... E o "um amigo de uma pessoa que eu conheço" ou " o marido da amiga da minha prima" acabam sempre por dar raia porque este Portugal é mesmo pequenino.
Aqui vai:
Uma amiga minha X confidenciava-me a miúde os problemas que uma amiga dela Y tinha com o marido. Eram problemas daqueles que as mulheres adoram discutir desde que não sejam da vida delas!
Porque ele saía, e chegava tarde. Não se falavam como dantes. Porque havia números de mulheres que ela não conhecia no telefone dele. E porque o sexo já não era excitante. Ainda havia as habituais queixas de que ele acha que ela é um dado adquirido(não no sentido de comprado, claro!), e não a surpreende há anos...
Enfim, mas como eu dizia Portugal é tão pequeno que quando eu confiava estas cusquices e uma outra amiga minha Z vim a descobrir que o marido da minha amiga X confessava-se como o namorado desta Z sobre os problemas da sua vida de casado.
Ou seja a X nem sequer existe, muito menos o marido dela. A Y que me conhece bem, mas que não queria que eu soubesse dos seus problemas conjugais(porque o nosso relacionamento está sempre bem!!), no entanto não dispensava os meus conselhos matrimoniais e foi-me contando a historia como se se referisse a uma pessoa que eu não conheço.
Obviamente que com toda a minha malvadez e raiva que todas as mulheres têm aos homens que traem as mulheres, ia-lhe dando os piores conselhos:
-Ela deve ser muito burra, não o deixa?
-Ele é um estupido(ou pior!) claro que a anda a enganar!
-Se fosse eu ele tinha as malas na rua!!

Eu que nem sequer sou pessoa de fazer juizos de valor, nunca aponto o dedo a ninguém(excepto a pessoas que ocupem altos cargos), sou sempre
a que põe água na fervura...
A merda em que eu me fui meter...
Eles continuam juntos, eu espero que nunca se separem!
Mas mói-me o juizo pensar que a minha amiga Y tenha ouvido palavras tão duras e tão críticas (que eu faço sempre em relação ás situações desde que não conheça as pessoas envolvidas-este é o meu escape por me privar tantas vezes desta arte do mal-dizer) sobre a sua vida, a vida que ela escolheu para ela, o homem que ela ama.
Ninguém tem esse direito, eu sei que antes de saltar para o casamento tanto homem como mulher pensam muito bem na importância desse passo, e ninguém se casa(pelo menos desde a minha geração...) a pensar em trair a sua cara metade. As pessoas casam-se porque conseguem imaginar o resto das suas vidas ao lado da pessoa que amam.
Mas o futuro a Deus pertence. E as relações arrefecem, todas, e se se der espaço á traição ela acontece em todos os relacionamentos. Mas isso não significa nada, apenas que houve traição! Cabe a cada um gerir a sua vida emocional, da forma que mais lhe convier. Com traições, com arrependimentos, com discussões... ou sem.

Sem comentários: